domingo, 31 de agosto de 2014

NOVA FRIBURGO/RJ - Cão Sentado


6 de julho. Minha primeira trilha com o Laésio, guia de turismo de aventura que me foi apresentado pelo amigo Heron Tavares. Eu não conhecia ninguém do grupo, mas marquei de encontrar as pessoas na famosa passarela de Manilha, na BR 101. E, de lá, fizemos umas duas horas de carro até o Parque Cão Sentado, com direito a uma paradinha em uma lanchonete de beira de estrada no caminho.



Chegando ao parque, logo avistei o lago que vi nas fotos. Mas, para minha surpresa, não era exatamente o que eu imaginava, vide que eu fui com roupa para dar um mergulho. Mas nada que me decepcionasse. Pelo contrário.



Iniciamos a subida e, como sempre ocorre por eu estar fora de forma física, dei uma cansada antes de pegar no tranco. Mas foi só para despertar. Logo eu já estava querendo visitar todos os cantos e me jogando em todas as cavernas que apareciam.



Chegando ao topo, após acredito que mais de uma hora de subida (contando as paradas e as "infiltrações" em cavernas pelo meio do caminho), batemos um longo papo entre um e outro registro visual, que recompensou qualquer esforço.



Na descida, algumas amigas quiseram saltar da tirolesa do parque, que exigia antes que se andasse por uma estrutura bem semelhante à antiga "ponte do rio que cai" da época em que o Domingão do Faustão tentava ter alguma graça. Eu preferi, após fazer a "Trilha do Lago", uma minitrilha que termina em uma caverna, ficar namorando visualmente a Madona, uma gansa linda que eu conheci por lá.



O Cão Sentado é uma trilha bem leve. Inclusive, achei muitas crianças pelo caminho, acompanhadas até de gente de mais idade. E a vista é indescritível. Só mesmo com estas fotos para vocês tentarem ter uma ideia. E, para reforçar, seguem os vídeos abaixo:













































quinta-feira, 28 de agosto de 2014

NOTÍCIA - Maior mamífero do Paleoceno é encontrado em Itaboraí

Release quentinho deste que vos escreve. Nem pensei em postar aqui por ser assunto de trabalho, mas como o tema é relacionado à página e o O Globo acabou de publicar, não poderíamos ficar para trás, né?

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Pesquisadores encontraram, recentemente, no Parque Paleontológico de São José, um fóssil de um xenungulado (Carodnia Vieirai). O animal viveu na época da formação da Bacia de Itaboraí, há cerca de 55 milhões de anos, e é o maior mamífero do Paleoceno já localizado na América do Sul. 


"Percorrendo a Trilha do Pescador, em uma atividade de rotina, avistei uma rocha na qual notei algo diferente. Quando me aproximei, vi que se tratava de um fóssil e logo entrei em contato com a Lilian Bergqvist, que é a profissional de referência que temos para fazer esse tipo de estudo por aqui" - disse Luis Otávio Castro, gerente do Parque, que foi o responsável pela descoberta ao lado do professor Emiliano Oliveira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

O Carodnia Vieirai, apesar de não ter parentesco, tem uma similaridade morfológica com a anta atual, tendo seu tamanho e formato do corpo semelhantes a ela. Primo do argentino Carodnia Feruglioi, estima-se que o Vieirai habitava exclusivamente as redondezas da região de Itaboraí.  

"Esse achado é de grande importância tanto para a paleontologia quanto para o Parque, mostrando que a Bacia deve ser valorizada pela população como já é pelos estudiosos. Isso também nos estimula ainda mais a continuar abrindo trilhas e clareiras para seguir na busca por mais descobertas, sempre em equilíbrio com a preservação ambiental. Para isto, fazemos as escavações apenas em blocos rolados, não comprometendo a integridade dos afloramentos remanescentes" - disse Lilian Bergqvist, que atua no local desde 1994.



O resgate do fóssil para estudo será realizado, dependendo das condições climáticas, nessa sexta-feira (29/08). A remoção, dificultada pelos ossos se encontrarem em um calcário muito duro, precisará fazer com que sejam desmembrados da rocha apenas no Laboratório de Preparação de Macrofósseis, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para onde será levado o fóssil. No local, que já conta com uma réplica do esqueleto montada por Bergqvist, eles serão tombados para, posteriormente, retornarem ao Parque de São José, onde permanecerão para observação pública.

"Em 2011, recebi um auxílio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que me possibilitou reabrir algumas trilhas antigas no Parque. No ano passado, ganhei outra ajuda de verba oriunda da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que nos fez construir a escada da Trilha do Pescador e abrir um outro caminho até um afloramento próximo ao atual nível do lago" - completou Lilian.

O Parque Paleontológico de São José

Em 1928, um fazendeiro achou pedaços de rocha que considerou interessantes. Levou para análise e descobriu que se tratava de calcário. Com isso, a área foi vendida para a Companhia Nacional de Cimento Mauá, que aproveitou o material na construção da Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói) e do Estádio Mário Filho (Maracanã). A fábrica foi visitada por grandes personalidades, incluindo alguns presidentes da república, sendo considerada uma das experiências mais bem-sucedidas de fabricação de cimento no país.


Com a exploração mineral, descobriram-se vestígios arqueológicos. E quando o calcário terminou, em 1984, restou uma depressão de 70 metros, que foi progressivamente coberta com água da chuva e de veios subterrâneos, erguendo um grande lago. Seis anos depois, em 1990, a Prefeitura Municipal de Itaboraí declarou a área de utilidade pública, através de um processo de desapropriação. Com isto, em 1995, nascia o Parque Paleontológico de São José, eleito pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (Sigep), órgão ligado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), um dos patrimônios da humanidade.

No Parque já foram descobertos fósseis de diversos mamíferos, gastrópodes, répteis e anfíbios, se destacando o tatu mais antigo do mundo e o ancestral das emas. Ambos do Paleoceno, datados de cerca de 55 milhões de anos. Foram achados, também, fósseis de preguiça gigante e mastodonte, da Idade Pleistocênica (aproximadamente 20 mil anos). Também foram encontrados restos arqueológicos, evidenciando a presença do homem pré-histórico no local.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

ITABORAÍ/RJ - Voo de balão

15 de maio. Em meio a correria do trabalho no mês de celebração do aniversário de emancipação de Itaboraí, que neste ano fez 181 anos, eu, como assessor de imprensa da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Turismo, fui convocado a fazer a matéria do Festival de Balonismo, evento que pela primeira vez ocorreria na cidade, com a participação dos melhores pilotos do país, que se preparavam para o Mundial da categoria, o qual viria a ser disputado no último mês de julho, em Rio Claro-SP.

Comecei com minhas obrigações trabalhistas, apurando a modalidade e buscando o máximo de informação possível. Descobri que o balonismo é um esporte aeronáutico, onde o balão é considerado uma aeronave com uma matrícula registrada junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e seu piloto deve ter habilitação especial.  O objetivo das competições é alcançar alvos pré-determinados e realizar provas verticais sob orientação de GPS, instalado em todas as aeronaves.

Já ciente do esporte e com os dados em mãos, fui convidado pelo piloto Antônio Lourenço, um dos organizadores do evento, a voar. Juro que não queria aceitar, pois não gosto de misturar trabalho com lazer. Mas ele insistiu até para que eu pudesse embasar melhor a matéria, após ter tido a experiência completa. E lá eu fui.



Meu piloto foi o Lupercio Lima, que viria a ser o vice-campeão do Mundial 2014. Lupercio vive de balonismo há mais de 25 anos, competindo, realizando vôos de exibição, alugando equipamentos e cedendo seu trabalho para emissoras de televisão, sendo a referência sempre que elas necessitam.



Decolamos por volta das 4 horas da tarde. Saímos da antiga Arena de Eventos, no Rio Várzea, com destino a onde o vento levasse. É que o piloto tem o controle total da subida e descida, mas não se pode dizer o mesmo da direção, que depende muito da direção para qual o ar resolve soprar.



Para mim, que tenho medo de altura, confesso que sair do chão não foi nada tranquilo. Estou toda hora pegando aviões para um lado e para o outro, mas ser levado ao céu dentro de um "cesto de vime" não me parecia tranquilizador.



Nos primeiros 10 minutos, quando via o chão ficando longe e as pessoas miúdas, fiquei agarrado às bordas do cesto. Mas logo comecei a conversar com Lupercio e, à medida em que subíamos, ficava mais à vontade.



A paisagem, como vocês podem ver, é deslumbrante. Nunca havia visto a cidade na qual fui criado por esses ângulos. A pracinha, o Alzirão, o Comperj e, claro, minha casa, que fiquei feliz em localizar (até por me sentir enxergando muito bem).



Lá de cima, uma "tecnologia" interessante: creme de barbear. Juro que nunca imaginei que balonistas usavam aquilo para ajudar a medirem a direção e intensidade do vento.



Um voo comum de um balão de competição, como o que eu estava, só tem capacidade para levar, no máximo, duas pessoas. E tem combustível para três horas. A primeira é de voo livre. A segunda, ao se encerrar, o balonista deve descer, tendo a terceira hora de reserva para utilização em caso de emergência. Desta última não precisamos, e chegou a hora de descer.



Foi em uma fazenda no Joaquim de Oliveira que nos aproximamos para pousar. Bem na hora que eu finalizava meu curto vídeo (esse logo abaixo). E, conforme a aeronave se aproximava do solo, Lupercio repetia para eu me segurar no cesto. Juro que pensei que o pouso seria mais tranquilo. Na verdade, não é tanto. Você dá dois quiques no chão, sendo o primeiro para amortecer e, só no segundo, para se fixar no solo. Mas nada que impeça qualquer criança de voar, principalmente com um piloto tão experiente.